Creste, Ouviste, Viste
DOI:
https://doi.org/10.24858/rdm.v0i19.399Palavras-chave:
Cristianismo, História, Mitologia.Resumo
Inicio este artigo com um dito popular oriundo da descrença de Tomé, o Apóstolo, diante da aclamada ressureição. Só acredito vendo é uma expressão que auxilia o desenvolvimento de uma exposição sobre os critérios de veracidade auferidos pela mitologia cristã, pela mitologia grega e pela história grega. Por isso a inversão temporal inicial, pois parti do campo comum – a atualidade do dito popular – em direção às discussões sobre o fazer poesia e o fazer história na Antiguidade grega clássica. Os poetas-cantores tinham no ouvido o seu principal instrumento de trabalho, pois as Musas lhe sopravam palavras ora genuínas ora assemelhadas aos fatos. Já os historiadores da Antiguidade tinham a primazia do olhar como crivo de suas narrativas. Tomé, um errante neste mundo, servirá como grande suporte para as discussões em torno da fé, dos ouvidos e dos olhos. Assim, o objetivo deste artigo é indicar os dilemas em torno das distintas modalidades de crença na Antiguidade a partir do modo como as personagens legitimavam os seus discursos.
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