De Sagoneira ao Salado: a consolidação de uma memória da reconquista em Portugal (século XIV)

Autores

  • Rodrigo Prates de Andrade Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

Momentos antes do início da chamada Batalha do Salado (1340), em um discurso imputado à Afonso IV pelo refundidor do Livro de Linhagens em meados de 1380, o monarca português lembrou seus vassalos das batalhas que opuseram cristãos e muçulmanos ao longo da história peninsular. O embate que seria travado às margens do rio Salado era parte de uma narrativa que se iniciava com a perda da Espanha e perpassava a reconquista daquelas terras por seus antepassados cristãos. Histórias que seriam compiladas entre as décadas de 1320 e 1340 no Livro de Linhagens e na Crónica de 1344, escritos de autoria de Pedro Afonso de Barcelos  e que ainda no Trezentos passariam por diversas refundições. Buscamos aqui pormenorizar os diálogos inter e intratextuais estabelecidos entre estes textos e, por  fim, dar a entender como do projeto autoral do conde de Barcelos às interpolações dos anônimos refundidores, a reconquista da Península Ibérica se consolidou enquanto uma memória coletiva capaz de ofertar sentido à Batalha do Salado.

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Publicado

2025-04-12

Como Citar

Prates de Andrade, R. (2025). De Sagoneira ao Salado: a consolidação de uma memória da reconquista em Portugal (século XIV). Revista Diálogos Mediterrânicos, (27), 80–101. Recuperado de https://dialogosmediterranicos.com.br/RevistaDM/article/view/491

Edição

Seção

Dossiê "Sociedades conectadas e intertextualidades na Antiguidade e no Medievo"