Quem paga a conta? Questões de família segundo Fialho de Almeida e Maria Amália Vaz de Carvalho
DOI:
https://doi.org/10.24858/215Keywords:
Literatura Portuguesa, oitocentosAbstract
O século XIX vê alçar-se a burguesia a um patamar hegemônico, na sociedade europeia. No seu rastro, torna-se evidente a remodelação do espaço privado, passando a família a repositório moral da nação. No entanto, nas décadas finais dos oitocentos e, em meio às tentativas goradas de regenerar a nação portuguesa, a intelligentsia acusa a lenta degradação da família, a qual deve, segundo os pressupostos positivistas, apresentar-se impoluta para o gáudio da sociedade como um todo. Percebe-se o adultério como um germe insidioso a corromper os projetos unifamiliares e, por conseguinte, a combalir os intentos nacionais. Nesse sentido, cumpre voltar o olhar para as representações dos núcleos familiares e as corrupções decorrentes nos contos “Roberto” (Lisboa Galante, 1890) e “A morte de Berta” (Contos e Fantasias, 1880), de José Valentim Fialho de Almeida (1857-1911) e Maria Amália Vaz de Carvalho (1847-1921), respectivamente. E vislumbrar, em meio a saldos e balanços, a quem endereçar as contas a pagar.
Palavras-chave: família, gênero, século XIX.
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